Segundo levantamento do Núcleo de Inovação e Empreendedorismo da Fundação Dom Cabral, que consultou 62 executivos de 21 companhias, o tema inovação é mais sustentado pela aproximação de startups do que por planos a longo prazo dentro destas empresas, sendo a estratégia de transformação digital um caminho indispensável para essas organizações. De acordo com Hugo Tadeu, professor e pesquisador, essa necessidade fez a inovação entrar de vez no cronograma das companhias.
A pesquisa mostrou que mais de 50% dos respondentes priorizam a inovação no nível executivo da empresa. 39% deles alegaram que o desenvolvimento de novos produtos e serviços é o principal volante para a inovação dentro das companhias, tendo o número daqueles que buscam produtividade diminuído de 2017 para 2018 (de 38% para 29%) e mais que dobrado para aqueles que estão atrás de novas tecnologias (7% para 18%).
Em comparação com 2017, aumentaram o número de empresas que criaram uma área de gestão e direção especificamente para desenvolver uma cultura inovadora, colocando a atração de startups como meio mais interessante para atingir o objetivo, com 41%. 28% dos entrevistados pretende criar um ambiente propício para a geração de ideias dentro da organização e apenas 5% apostam em projetos a longo prazo.
Na opinião de Tadeu, ainda há grandes passos para serem tomados pelas companhias e o desespero para a aproximação de startups pode ser pouco benéficos. "Essa busca por conhecimento só se sustenta se a empresa tiver estrutura, governança e capacidade de absorver a inovação". O especialista ainda vê a capacitação e retenção dos funcionários como esquecidos pelas organizações. “Não adianta querer discutir inovação se não treinar o colaborador”, diz.
Fonte: Valor