São Paulo - O Federal Reserve anunciou uma alta de 0,25 ponto percentual nos juros dos Estados Unidos, levando a taxa base para a faixa entre 0,75% e 1%.
A decisão já era esperada pelo mercado mas não foi unânime: Neel Kashkari, do Fed de Minneapolis, votou contra.
Foi a terceira alta em uma década; as primeiras foram em dezembro de 2015 e dezembro de 2016.
É mais um passo na normalização das taxas após um período anômalo historicamente de 7 anos de política monetária frouxa, estabelecida como reação à crise financeira de 2008.
O Fed prevê mais duas altas ainda em 2017, o que já havia sido sinalizado em comunicados anteriores.
A decisão foi justificada pelo desemprego baixo, números positivos de atividade econômica e uma taxa de inflação que lentamente converge para a meta de 2%.
Efeito no Brasil
Após o anúncio do banco central norte-americano, o Ibovespa chegou a saltar 436 pontos e foi para a casa dos 65 mil pontos.
Na medida em que os Estados Unidos aumentam os juros, se tornam um destino mais rentável para recursos, que por isso tendem a sair dos emergentes.
Mas o diferencial entre as taxas cobradas no Brasil e nos Eua segue muito alto, já que a Selic está atualmente em 12,25% ao ano.
A saída de dóldares do país também tende a enfraquecer o real, mas isso não aconteceu hoje porque o movimento já era esperado e estava precificado e o Fed não sinalizou endurecimento futuro.
Histórico
Até pouco tempo atrás, o mercado achava que uma alta em junho era a aposta mais segura, mas a comunicação do Fed começou a indicar que ela poderia vir mais cedo.
No dia 3 de março, a presidente Janet Yellen disse que um aumento "provavelmente seria adequado" na reunião deste mês.
Uma pesquisa realizada pela Bloomberg com 45 economistas nos dias 7 e 8 de março teve como resultado uma mediana de estimativas de três aumentos de um quarto de ponto em 2017, projetados para março, junho e dezembro.
A hipótese se fortaleceu após a divulgação no último dia 10, de dados fortes do mercado de trabalho americano.
Foram criadas 235 mil vagas em fevereiro, acima de uma expectativa de 188 mil, e a taxa de desemprego caiu um décimo de ponto percentual para 4,7%, nível considerado como pleno emprego.
Fonte: Exame.