Segundo Thierry Wizman, estrategista de câmbio e juros do Macquarie, em entrevista à revista Valor, o dólar quebrará a tendência de queda e os rendimentos dos Treasuries subirão de 2,83% para 3,25% em 2018. A inflação voltará a incomodar, já que o aumento de preços levarão ao aumento dos juros devido ao Fed.
O reflexo no Brasil será em relação ao valor da moeda que alcançará os R$3,65 a variar de acordo com os desdobramentos políticos. Conforme acredita Wizman, o movimento de câmbio tem mais valor no contexto presente. Já na Europa, o que mais vem preocupando os especialistas é a fraqueza em relação à economia industrial. Em todo o mundo, os dados sugerem que o primeiro trimestre de 2018 teve uma desaceleração no crescimento econômico em relação ao último trimestre de 2017.
A inflação americana continuará a subir, afirma Wizman. Os reflexos já são vistos no aumento dos seus custos em relação aos produtos agrícolas, por exemplo, e a tendência é ver mais disso em meados de 2018. A inflação pode ter alta anual de 3%, impactando os “yields” nos Treasuries.
Não se está muito otimista em relação a Europa para contar com a estabilização do dólar, visto que é necessário espaço do Banco Central da região para ajustar sua política monetária visando manter o dólar fraco ante o euro.
Já o Banco Central do Brasil vem cortando os juros agressivamente para patamares muito baixos, o que é visto de forma negativa pelo especialista. A ação pode ter como efeito a perda de confiança no Real, gerando uma inflação no futuro, originada na incerteza política do país.
Algumas questões devem ser consideradas pelo Banco Central no gerenciamento de riscos, sendo uma delas é a eleição que está por vir. “Para mim é um foco excessivo nas condições correntes, sem levar em conta o que pode acontecer caso as coisas não se materializem como o esperado”, é o que diz Thierry Wizman na entrevista à revista valor.
Fonte: Valor