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Recuperação da economia só virá Em 2016, prevê CNI

09/07/2015 09/07/2015

Instituição revisa estimativas para 2015. Novas perspectivas indicam queda de 1,6% no PIB, com retração de 3,8% da indústria. Os investimentos cairão 7,7% no ano em que a inflação atingirá 9,1%

Diante da queda da atividade e do aumento da inflação, a Confederação Nacional da Indústria (CNI) reduziu ainda mais as estimativas para o desempenho da economia neste ano. As novas previsões indicam que o Produto Interno Bruto (PIB) do país fechará 2015 com uma retração de 1,6% e o PIB industrial terá queda de 3,8%. "Os ajustes fiscal e monetário - necessários para recompor os fundamentos macroeconômicos do país - vieram acompanhados de tímidas medidas pró-competitividade, tornando a deterioração da atividade mais intensa", afirma a CNI no Informe Conjuntural do segundo trimestre, divulgado nesta quinta-feira (9).

O desempenho negativo da economia é resultado, principalmente, da redução do consumo e dos investimentos das empresas.  As previsões indicam que o consumo das famílias diminuirá 1,2% e os investimentos cairão 7,7%. A redução do consumo é resultado do aumento do desemprego, da corrosão da renda pela inflação, do aumento dos juros e das dificuldades de acesso ao crédito. "A queda do investimento explica-se pela existência de capacidade ociosa, além da forte incerteza e do elevado custo de capital. Os problemas do setor de petróleo e gás, grande alavanca do investimento nos últimos anos, também restringem a retomada do investimento", analisa a CNI.

Desemprego e juros altos - Segundo o Informe, a taxa média de desemprego aumentará para 6,7%. A inflação ficará em 9,1%, muito acima do limite máximo da meta de 6,5% fixado pelo governo. Os juros básicos da economia alcançarão 14,25% ao ano no final de 2015. "Os efeitos das políticas monetária e fiscal contracionistas, somados a um cenário de fraca atividade econômica e deterioração do mercado de trabalho, devem contribuir para o arrefecimento dos preços. Com isso, esperamos o encerramento do ciclo de alta dos juros em julho, com o último aumento de 0,5 ponto percentual, levando a taxa Selic para 14,25%", destaca o Informe Conjuntural.

A estimativa da CNI é que a economia brasileira comece a se recuperar gradualmente no início do próximo ano, impulsionada pelas exportações e os investimentos em infraestrutura. No entanto, observa a CNI, a retomada do crescimento depende de avanços na agenda da competitividade e da melhoria do ambiente de negócios, como o aperfeiçoamento dos marcos regulatórios e a redução da burocracia. "São ações de baixo custo fiscal, mas que exigem coordenação de políticas e comprometimento político", avalia a CNI.

Outra recomendação da indústria para estimular o crescimento é a racionalização do sistema tributário, principalmente nos impostos sobre circulação de bens e serviços. Além disso, o estudo lembra que o reequilíbrio das contas públicas é indispensável para a recuperação da confiança dos empresários e a retomada dos investimentos. "Sem a contenção do gasto público, haverá pressões para aumento de carga tributária ou elevação da dívida. Ambos são inaceitáveis."

Outras previsções da CNII:
Contas públicas: Dificilmente, o governo cumprirá a meta de superávit primário. As despesas do governo federal devem encerrar o ano com queda real de 3,1%, enquanto que as receitas cairão 0,6% em relação a 2014. Com isso, o superávit primário do setor público consolidado será de R$ 22,5 bilhões, o equivalente a 0,4% do PIB. Se esse resultado se confirmar, o déficit nominal será de 6,45% em 2015.

Câmbio: O real acumula uma desvalorização de 15,2% de janeiro a junho. A cotação média do dólar em dezembro deve alcançar R$ 3,25 e a média do ano será de R$ 3,10.

Comércio exterior: Com a atividade e o consumo em queda e a desvalorização do real, as  importações recuaram. De janeiro a junho, as importações caíram 18,5% em relação ao mesmo período de 2014 e devem fechar o ano em US$ 197 milhões. As exportações reagiram em junho, impulsionadas pela desvalorização do real,  e essa melhora deve se manter no segundo semestre. As vendas externas fecharão ao ano em US$ 202 bilhões e o superávit comercial alcançará US$ 5 bilhões.

Fonte: CNI.